Comunicações de Emergência
28-01-2013 22:09
Especialistas do atual Conselho Português de Proteção Civil defendem à vários anos que os agentes de Proteção Civil devem manter redes convencionais paralelamente ao SIRESP como redundância fiável. No entanto as forças de segurança e emergência têm vindo a desativar as suas redes convencionais o que os coloca em elevada vulnerabilidade de comunicações em caso de desastre natural, catástrofe, incidente terrorista, entre outros.
Uma das soluções atualmente viáveis seria complementar a Rede Estratégica de Proteção Civil (REPC) e a Rede Operacional de Bombeiros (ROB) ambas em Banda Alta de VHF (160mHz) e dotar todos os veículos das forças de segurança e emergência deste meio de comunicação como redundância, tal como acontece um pouco por todo o mundo. Isto porque alguns agentes prescindiram de uma rede da VHF Banda Baixa (40mHz) que com alguma atualização tecnológica poderia ser uma rede mais fiável que qualquer outra das mais recentes, motivo que levou a Cruz Vermelha Portuguesa a ampliar e atualizar essa sua rede de Banda Baixa, ao invés de muitos Corpos de Bombeiros que a desativaram por completo. A rede de Banda Baixa permitia maior alcance mesmo sem estações retransmissoras.
Defendem ainda que as redes de comunicações de emergência devem ter backup de alimentação mínimo de 72horas ao invés das atuais 6 horas. Devendo os sistemas de alimentação de emergência ser aplicados às estações fixas nas centrais de emergência de todos os agentes. Sabe-se ainda que muitas baterias das atuais estações SIRESP estão esgotadas, e que no caso dos operadores GSM ocorreram furtos de baterias ainda não repostas.
O fato de a rede SIRESP utilizar comuns linhas de dados (telefónicas) para ligação entre estações retransmissoras deixa o sistema na retaguarda do ranking de fiabilidade em caso de catástrofe ou desastre natural.
Para além de redes convencionais de VHF (Very High Frequency) para as zonas rurais e florestais e UHF (Ultra High Frequency) para as zonas urbanas (devido às características de propagação), os agentes de proteção civil carecem ainda de equipamentos de HF (High Frequency) e telefones de satélite para assegurar as comunicações de comando estratégico e tático no caso de falha das infraestruturas terrestres de radiocomunicações.
É ainda necessário que a opinião pública saiba que em caso de Pulso Eletromagnético, todos os meios de radiocomunicações e todo o equipamento microeletrónico ficará inoperacional, o que inclui as viaturas de emergência que possuem centralinas eletrónicas. Seria por isso pertinente possuir reservas estratégicas fiáveis, tais como os antigos veículos e meios de comunicação militares que Portugal tem enviado para os PALOP ou vendido para sucata, muitos dos quais recuperáveis ou ainda funcionais.
Em 2011 o Conselho Português de Proteção Civil disponibilizou-se a colaborar com o MAI e com o INEM neste domínio, tendo no entanto as propostas sido ignoradas.
A Comissão Técnica Permanente do Conselho Português de Proteção Civil, especializada em Comunicações de Emergência e Catástrofe, continua à disposição dos Órgãos e estruturas Governamentais para colaborar no que for preciso em prol da mitigação da vulnerabilidade das comunicações de Proteção e Socorro.
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